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O Movimento do Hip Hop

Entrevista com André Miato sobre a cultura do Hip Hop, a origem do movimento no mundo e como ele passou a fazer parte do movimento.

André Miatelo (de camiseta amarela), ‘’Vô’’ (ao centro) e Alan Alves à esquerda.


Matéria por Thomaz Hernandez


Como muitas tradições brasileiras, o movimento Hip-Hop nasceu nos Estados Unidos da América e em pouco tempo e com muita intensidade se espalhou também pela América do Sul, Brasil.

Era uma tarde de domingo (08), quando recebi a visita do músico André Francisco Rocha Miatelo, que compondo suas canções, procura transmitir e transcender sua realidade com a batida do Rap.

Recebi-lhe com um caloroso abraço e logo nos sentamos para conversar um pouco sobre sua opinião do movimento Hip-Hop, que para ‘’alguns’’ nasceu fortemente no Bronx (bairro de Nova York) e para tantos outros, nasceu em vários lugares ao mesmo tempo, como por exemplo, na Jamaica, que para Miatelo, foram os verdadeiros pioneiros do movimento.

‘’Na Jamaica surgiram os primeiros caras que arriscaram fazer umas rimas enquanto apenas tocava-se uma batida; não exatamente o ‘beat’ que temos como referência hoje; eles improvisavam e faziam isso, mais como uma forma de lazer e distração da realidade do que profissionalmente propriamente dito; mas também como forma de ativismo social para trazer luz às sombras do lugar em que viviam. Aspecto semelhante aos que viviam os MC’S de Nova York.

Para Miatelo, o Hip-Hop embarcou no Brasil a partir do momento que pessoas que viviam uma realidade parecida começaram a se identificar com que era dito nas letras. Isso principalmente em bairros periféricos e para um público determinado, geralmente entre afro-descendentes e ibero-americanos (seja nos Estados Unidos ou no Brasil).

‘’Na minha vida, o Hip-Hop entrou através da Igreja’’. Ao ouvir isso, logo lhe indaguei: ‘’Como assim?’’ E ele me explicou: ‘’Lembro vagamente, eu tinha uns quatro anos e fui a uma Igreja onde meu tio era Pastor. Na época tinha um MC (Mano Tutão) que mesclava o gênero Rap com Gospel e curti muito isso. Minha outra fonte de inspiração foi em outra Igreja, já com oito ou nove anos, lá tinha um grupo de dança de rua (breakdancing) e de imediato me interessei e até hoje tenho essa vontade de dançar. Mas tudo isso foram apenas experiências inspiradoras que de consequência só me legaram o apreço de presenciar aquilo e não necessariamente participar. Logo, o Rap não tinha dúvidas, estava já inserido na minha vida. Com meus dezoito anos mais ou menos, o Amaral JL (amigo dele da cidade), lhe apresentou as batalhas de rima que aconteciam no Brasil, especificamente a do Santa Cruz (em São Paulo, onde o famoso Rapper Emicida participava) e de imediato eu senti ali que era esse meu destino’’.

Fiquei impressionado com a sua história, principalmente levando em conta que no Brasil ainda, é um estilo de música e também de vida, que sofre com muito preconceito. – ‘’É um bagulho que não me estressa mais, me entristece’’ – Concluiu Miatelo.

Depois de nossa conversa, lhe convidei para um café e refletimos um pouco sobre o assunto. Levando em consideração o último parágrafo Miatelo ainda nos falou: ‘’Para mim é muito nítido aquilo que o Rap diz e nos demonstra em suas letras e me é muito estranho que certas pessoas não consigam entender a importância não só das músicas em si, mas também do movimento, do ativismo por trás das pessoas que produzem Hip-Hop’’.

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