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Foto do escritorexpresso da imprensa

Uma Brasileira em Portugal e seu relato sobre a pandemia


(Foto pela entrevistada)


Por Débora Vilas Boas

 

Nessa semana, tive um bate papo com uma brasileira que mora em Portugal. Falamos sobre a Pandemia naquele país, e a opinião dela sobre esse momento que estamos enfrentando mundialmente.Utilizamos os recursos das plataformas sociais digitais, com a ferramenta da videoconferência.


Maria Eduarda Tomaz tem 18 anos e está no última série da escola. Residente em Portugal desde os quatro anos de idade, Maria Eduarda nasceu em Araçatuba. Foi para Portugal com sua mãe e o avô.

Durante anos, veio ao Brasil para visitar os familiares, até retornar em 2013, e ficar por aqui durante dois anos, período em que Portugal passava por uma grave crise econômica. Após o fim da crise, sua família decide voltar a Portugal, em busca de melhores condições de vida. Desde então, permanecem lá, como conta Maria Eduarda: E estamos aqui até hoje, não pretendemos voltar, pelo menos não pra morar. Mas com certeza o Brasil vai ser sempre o meu país".

Confira a seguir o bate papo sobre a Pandemia do Corona Vírus com a nossa convidada Maria Eduarda Tomaz.


Débora Vilas Boas: “Como a Pandemia afetou em sua vida?


Maria Eduarda: Afetou mais em termos escolares, pois tive que parar tudo e estaria terminando o colegial agora em junho, e vou concorrer pra faculdade em setembro, então essa situação mudou todo um sistema. Mas também sei que sou muito privilegiada porque pude ficar com a minha família de quarentena por quase dois meses em uma casa no campo, então não era tanta loucura por lá sabe? Na cidade mesmo, as coisas estavam bem tensas, pra não falar do desemprego, gente passando fome e tal. Mas graças a Deus, até agora não tive nenhum amigo ou familiar infectado então só isso já é muito bom. Acho que num geral tive oportunidade de trabalhar em outros projetos e fazer coisas que não tinha tempo antes de estarmos de quarentena.


Débora Vilas Boas: Então Maria, com certeza isso tem um lado bom, ficar mais tempo com a família. E os seus familiares? Tem família aqui no Brasil ainda? Tem conhecimento de como está a situação por aqui, ou como estão lidando com a distância? E em relação ao vírus, como se sentem em relação a isso?


Maria Eduarda: Sim, tenho a minha família inteira aí e, isso me preocupa bastante obviamente. Sinceramente, tudo o que eu sei é sobre o que passa nos jornais daqui e pelo que a minha família diz parece que as coisas estão meio caóticas por aí. O jeito com que o governo tá lidando com isso é vergonhoso no mínimo, com certeza o Brasil ainda vai sofrer muito com essa situação toda. Sobre a distância da minha família, é claro que é bem difícil e me deixa bem insegura ver os números de infetados aumentando por aí, mas sei que não tem muito mais o que fazer sem ser pedir pra eles ficarem em casa (quem puder) e ter o máximo de cuidados possíveis.


Débora Villas Boas: Sim, realmente a situação tá complicada, mas creio que no final vai dar tudo certo, pensamento positivo sempre! Quais são as medidas de prevenção adotadas ai? E foi difícil se acostumar com elas?


Maria Eduarda: Então Débora, com certeza, vai passar mais cedo ou mais tarde! Logo no começo de março, o governo impôs quarentena obrigatória, fechou escolas e tudo mais. Aí só podia sair pra ir ao mercado, na farmácia e ir trabalhar, claro. Isso tudo de máscara e muito álcool gel obviamente. A partir desta semana começaram a abrir algumas lojas, cabeleireiro, dentista, escola, etc. Mas durou quase dois meses e quem fosse pego na rua sem justificativa, pagava multa ou alguns meses de cadeia, se não me engano. Pra mim não foi muito difícil, porque eu realmente não saio de casa em momento nenhum, mas para a minha mãe e o meu padrasto foi bem difícil, pois eles têm empresa e eles sofreram bastante por ter que fechar durante tanto tempo. Pra mim, a parte difícil foi ficar longe do meu namorado e amigos, mas sei que foi por uma causa maior e era necessário.


Débora Villas Boas: Esse tempo em casa trouxe algum hábito que você não tinha antes ?


Maria Eduarda: Olha, eu comecei a fazer exercício em casa todo o dia, durante um mês da quarentena, então acho que essa foi a maior mudança de hábito pra mim, porque eu sou a preguiça em pessoa (riso), além disso fiz bastante trabalho da escola, então tentei não perder muito o ritmo da rotina e me manter minimamente ativa mesmo sem ter "nada pra fazer". Isso é ótimo para manter a rotina depois que as coisas voltarem ao normal a gente não estar descompassado.


Débora Villas Boas: Maria, você trabalha, ou trabalhava, perdeu o serviço, ou conhece alguém que passou por essa situação?


Maria Eduarda: Eu não estava trabalhando no momento, mas sim, o meu namorado perdeu o emprego e os meus pais apesar de serem "patrões" não têm um grande negócio então por pouco tiveram que fechar, mas fizeram de tudo pra não mandar ninguém embora. Mas acredito que falando de economia, as coisas ainda vão piorar daqui para frente e ainda tem bastante gente que vai ficar no desemprego.


Débora Villas Boas: Pra finalizar nosso bate papo, queria agradecer pela disponibilidade que teve comigo dando essa entrevista. O que você espera para o futuro após essa pandemia passar?”


Maria Eduarda: “Então amiga, imagina eu que agradeço! Ah eu espero que as pessoas entendam o seu papel e influência na sociedade, que a gente consiga ver como as nossas ações têm consequências não só nas nossas vidas, mas na vida dos outros também. Que sejamos capazes de repensar os nossos hábitos, de saber cuidar da nossa saúde mental nesses momentos difíceis e que a partir de agora os governos tirem uma lição disso tudo e que façam de tudo para que uma tragédia dessas não tome essas proporções de novo. Acho que apesar de tudo de ruim que está acontecendo a gente ainda pode aprender muita coisa com essa situação toda.


Matéria Por Débora Vilas Boas



(Foto tirada pela entrevistada)

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